Diante de um grande problema, devemos buscar grandes soluções, certo? Errado, pois os grandes problemas são feitos de pequenos problemas, bem mais fáceis de resolver. Um dos grandes problemas atuais é a necessidade de energia para promover o crescimento econômico e garantir a qualidade de vida das pessoas. Sabemos que a energia não brota da parede quando acionamos uma tecla ou tomada, mas vem de algum lugar da natureza. Sempre que há um aquecimento econômico com o fantasma do blecaute ou do possível racionamento de energia. Nesse momento entram em campo os adeptos da energia nuclear que sempre querem mais e mais usinas, como se o lixo atômico que permanece ativo por 25 mil anos pelo menos e a impossibilidade de evacuar decentemente a população em casos da acidentes nucleares fossem assuntos para ecologistas chatos e antipatriotas.
Opõe-se ao grupo dos pró-usinas nucleares os adeptos das grandes hidrelétricas, como a de Itaipú, na fronteira do Paraguai, ou a de Balbina, na Amazônia, por exemplo, que geram energia, mas a um custo sócio-ambiental tremendo. E não pensem que todo esse esforço de produção de energia é para melhorar o dia-a-dia do cidadão, como diz a propaganda, mas boa parte é desvia para indústrias altamente dependentes de energia.
Afinal, os ecologistas reclamam porque são do contra? Muito pelo contrário. Eles são a favor. A favor de programas de conservação de energia, que podem economizar até 20% da capacidade já implantada de geração de energia, o que, de cara, evitaria a construção de novas hidrelétricas, usinas nucleares ou termoelétricas insustentáveis e poluidoras por um bom tempo. Também são a favor de se adotarem outras soluções energéticas, que podem não resolver no caso de grandes indústrias e de grandes centros urbanos, mas são perfeitamente viáveis para pequenas comunidades, áreas rurais, ilhas etc, como, por exemplo, a energia produzida a partir da biomassa, da energia solar, da energia eólica etc. Além de não serem poluentes, não precisa gastar com grandes linhas de transmissão e libera energia para atender aos grandes centros consumidores. Também são a favor das hidrelétricas que afogam florestas e sítios históricos e expulsam trabalhadores rurais e comunidades tradicionais, que aproveitem melhor a calha dos rios e a correntezas, com o mínimo de alagamento.
As palavras-chave que estão faltando pra resolver esta questão energética são: descentralização das decisões; instrumentos para maior participação da sociedade na busca de soluções locais; e investir mais em pesquisas, município por município, para evitar que pequenos problemas se torne grandes, porque aí o assunto começa a ficar muito chato, com muito blablablá de cada lado, e as pessoas têm mais o que fazer.
Portal do Meio Ambiente
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