por Stephen Leahy, da IPS
O Ártico alcançou uma concentração
recorde de dióxido de carbono de 400 partes por milhão (ppm). A última
vez que a Terra registrou níveis semelhantes foi há três milhões de
anos, durante a era do Plioceno. Então, as temperaturas do Ártico eram
entre 10 e 14 graus mais altas e, as globais, quatro graus mais
elevadas. Nesta primavera boreal, todos os centros de pesquisa no
Alasca, na Groenlândia, Noruega, Islândia, e inclusive Mongólia,
registraram níveis superiores à barreira dos 400 ppm pela primeira vez,
informaram cientistas.
Entretanto, a média mundial é de 392 ppm, e para chegar aos 400 ainda falta muito. Se os níveis de dióxido de carbono (CO2)
não baixarem, ou, pior, aumentarem, o planeta inevitavelmente alcançará
temperaturas mais altas, e para isto não serão necessários milhões de
anos. Se não houver grande redução nas emissões de gases gerados por
combustíveis fósseis, quem nascer hoje poderá viver em um mundo
superaquecido em quatro graus quando for adulto. Este aumento fará com
que a maior parte da Terra fique inabitável. Um mundo mais quente
significará a morte para muitas pessoas no mundo, afirmou Chris West, do
Programa de Impacto Climático, da britânica Universidade de Oxford.
Esta semana, a Agência Internacional de Energia informou que as emissões mundiais de CO2
cresceram 3,2% em 2011, com relação a 2010. Esta é precisamente a
direção errada: as liberações de gases devem diminuir 3% ao ano para se
ter alguma esperança quanto a um futuro de clima estável. Até 2050, em
um mundo com mais habitantes, as emissões de carbono deveriam cair pela
metade. Isto é impossível? Não. Várias análises diferentes mostram como
isso pode ser alcançado.
Por exemplo, a consultoria holandesa Ecofys publicou em 2010 um estudo técnico intitulado O Informe de Energia, no qual demonstra como o mundo poderia usar somente fontes renováveis até 2050. O Greenpeace tem um plano denominado (R)evolução Energética, e a Agência Internacional de Energia conta com o seu próprio estudo, chamado Cenário 450. Não existe carência de conhecimento técnico sobre como reduzir as emissões.
Alguns
países já começaram a tomar medidas. A Alemanha obteve mais de 30% de
sua energia com a luz solar de um único dia claro na última semana de
maio. Em lugar de utilizar suas 20 ou mais centrais de carvão, este país
empregou energia de mais de um milhão de painéis solares localizados em
casas, edifícios e ao lado de estradas. Embora não se caracterize por
ter um clima quente, a Alemanha conta com mais painéis solares do que o
resto do mundo somado. Atende 4% de suas necessidades anuais de
eletricidade graças à energia solar. Inclusive, poderia aumentar sua
produção solar entre 5% e 10%, segundo especialistas, sobretudo graças
às últimas reduções no custo dos painéis.
A diferença na Alemanha é
a liderança. A revolução das energias renováveis nesse país foi
iniciada em 2000, pelo então ministro da Economia, Hermann Scheer, que
promoveu durante anos esta política para impedir que os sucessivos
governos a deixassem de lado. Morreu repentinamente em 2010, mas outros
líderes alemães, apoiados por grupos ambientalistas e pelo público em
geral, continuam pressionando por mais apoio às energias renováveis.
A
chefe de governo, Angela Merkel, reverteu sua política de apoio ao
setor nuclear depois do acidente na central japonesa de Fukushima, no
ano passado. A Alemanha anunciou que fechará suas 17 usinas atômicas até
2022 e adotou o ambicioso plano de energias renováveis chamado Agora
Energiewende. Se obtiver sucesso, o programa fará com que pelo menos 40%
da energia do país proceda de fontes renováveis, até 2022.
Representantes do poderoso setor energético expressaram seu
descontentamento com o plano de Merkel, e a chanceler disse que
precisará de forte apoio público para seguir adiante.
O setor das
energias renováveis na Alemanha emprega mais pessoas do que o
automotivo. No mundo, as energias renováveis empregam atualmente cerca
de cinco milhões de trabalhadores, mais do que o dobro no período de
2006-2010, segundo estudo divulgado na última semana de maio pela
Organização Mundial do Trabalho (OIT). A passagem para uma economia
verde poderá gerar entre 15 milhões e 60 milhões de empregos adicionais
em todo o planeta nas próximas duas décadas, podendo tirar milhões de
pessoas da pobreza, afirma o estudo Trabalhando para um Desenvolvimento Sustentável.
Apenas entre dez e 15 indústrias respondem por 70% a 80% das emissões de CO2
nos países industrializados, destaca o informe. E estas indústrias
empregam apenas de 8% a 12% da força de trabalho. Mesmo adotando
políticas para conseguir grandes reduções das emissões, apenas uns
poucos perderiam seus empregos. “A sustentabilidade ambiental não mata
empregos, como às vezes se diz”, ressaltou o diretor-geral da OIT, Juan
Somavia. “Pelo contrário, se é manejada de forma adequada, pode derivar
em mais e melhores empregos, em redução da pobreza e inclusão social”,
acrescentou. Envolverde/IPS
Fonte: Envolverde
”A água é o sangue da terra. Insubstituível.
Nada é mais suave e ,no entanto , nada a ela resiste.
Aquele que conhece seus princípios pode agir corretamente,
Tomando-a como chave e exemplo.
Quando a água é pura, o coração do povo é forte.
Quando a água é suficiente,o coração do povo é tranquilo.”
Filósofo Chinês no século 4 A.C
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"As preocupações ambientais contemporâneas originaram-se da percepção da pressão sobre os recursos naturais causadas pelo crescimento populacional e pela disseminação do modelo da sociedade de consumo"
quinta-feira, 7 de junho de 2012
A cura da Terra já existe
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