Numa ilha das Antilhas grassou uma epidemia de malária e os especialistas identificaram, com facilidade a causa, era um mosquito, tipo do nosso pernilongo.
Fizeram, então, seus planos para a cura dos doentes, mas resolveram, também, atacar de frente a causa, pela eliminação total da praga causadora. A solução não deixou por menos na ação: dedetizar, por avião, toda a ilha.
Passaram rapidamente à decisão tomada e aviões, em todas as direções, pulverizaram todos os recantos da dita ilha. Não sobrou um mosquito para contar a estória.
Passado algum tempo, os nativos começaram a notar dois fatos: os lagartos que existiam na ilha, em número razoável, apresentavam um aspecto de sonolência, como se estivessem bêbados e não reagiam com rapidez à aproximação do homem, como era praxe, e ainda que, o número deles começava a rarear.
Novamente, devido àquele fato estranho, reuniram-se os especialistas e chegaram à conclusão, após observarem em paralelo, também um número exagerado de "óbitos" na população de gatos. Os gatos comem normalmente os lagartos e como esses lagartos estavam sem sua reação de autodefesa, os gatos os pegavam com facilidade, e se os gatos estavam morrendo, era porque os lagartos estavam envenenados, e se estavam envenenados era porque o seu alimento natural (os mosquitos) estavam envenenados com o DDT.
Enquanto os luminares da terra conjecturavam da importância desses fatos, começaram a notar que seus celeiros de grãos e suas casas estavam sofrendo ataques ferozes de ratos. A população de ratos na ilha crescia assustadoramente, porque faltava, agora, na ilha, seu predador natural, o gato.
Novamente, as cabeças pensantes se reuniram e decidiram que a solução seria colocar em toda a ilha iscas para os ratos. Aí, alguém de bom senso se levantou e pediu a palavra: Alto lá! Se fizermos isso não saberemos as conseqüências, poderemos estar envolvendo outros animais, inclusive porcos, galinhas etc. e com isso, nós mesmos sofreremos na pele. Todos concordaram e a idéia morreu. Que fazer então? Brilhante conclusão: vamos importar gatos! E como importaram! Navios vinham apinhados de bichanos e a ilha, finalmente, readquiriu sua população "gatal". Não demorou muito, a população de ratos começou a não incomodar.
Passado um ano, começou-se a notar um outro fenômeno diferente: as choupanas dos habitantes, feitas de madeira e palha, começavam a desabar. Fácil ver, era cupim que não acabava mais. Por que tanto cupim? Indagavam-se os habitantes da ilha. Alguém, brilhantemente, concluiu: falta o seu predador natural, o lagarto.
Conclusão: começaram a importar lagartos em larga escala.
Moral da estória: O ciclo natural pode ser quebrado pelo homem, mas a Natureza dá o troco.
Autor: Gil Portugal
Fonte: HP Gil Portugal
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