Mikaelli Andrade

Mikaelli Andrade
Cachoeira Brejão/Coribe-Ba
”A água é o sangue da terra. Insubstituível. Nada é mais suave e ,no entanto , nada a ela resiste. Aquele que conhece seus princípios pode agir corretamente, Tomando-a como chave e exemplo. Quando a água é pura, o coração do povo é forte. Quando a água é suficiente,o coração do povo é tranquilo.” Filósofo Chinês no século 4 A.C

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"As preocupações ambientais contemporâneas originaram-se da percepção da pressão sobre os recursos naturais causadas pelo crescimento populacional e pela disseminação do modelo da sociedade de consumo"

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Educação Ambiental: O papel da Escola no desenvolvimento de atitudes e valores para uma conscientização ambiental


É tão comum nas escolas se fazerem projetos que envolvem o tema lixo quanto o fato de que esses projetos só mudam atitudes dos alunos enquanto ele acontece! Tudo volta como era antes, dizem os professores, referindo-se ao descaso dos alunos com as questões ambientais. Se durante o projeto os alunos se preocupam em fiscalizar todos para que não joguem lixo pelo chão, para que diminuam a quantidade de lixo produzida ou mesmo que façam a coleta seletiva, quando o projeto acaba todas as velhas atitudes de descaso com o ambiente voltam a acontecer na escola e fora dela.

Pensando em evitar situações como essas que nos preocupamos em colocar no currículo das escolas o tema ambiente de forma tal que ele esteja relacionado a outros temas e não seja tratado de forma pontual. Isso significa, por exemplo, incorporar estudos do ambiente urbano aos conteúdos de ciências no ensino fundamental e aos de biologia no ensino médio. Consideramos que os alunos só irão deixar de desperdiçar materiais, fazendo escolhas conscientes no seu cotidiano que possam influir numa melhoria da qualidade de vida, se perceberem que fazem parte do ambiente. Se perceberem que fazendo trocas com ele a todo o momento quando usam determinados materiais do ambiente e depositam nele outros, estão alterando as características desse ambiente. Não é fácil de eles perceberem que essas alterações podem, de uma maneira ou de outra, prejudicar a qualidade de vida do ser humano. Essa percepção precisa ser planejada e não acontece naturalmente.

Compreender que os caminhos que esses materiais seguem na natureza alteram as características do ambiente é fundamental para podermos criar situações de aí, sim, discutir possíveis intervenções. Essa dinâmica da vida é esquecida quando se trata dos problemas ambientais como se estes fossem distantes do dia a dia dos estudantes. Assim se estudam, respeitando o nível cognitivo que o aluno está, as situações que o esgoto causa quando lançado na água sem tratamento, mas não se incorpora nesses estudos qual é a participação de cada um na produção desse esgoto.

Os alunos acabam concluindo que os problemas ambientais estão longe dele e que só os ecossistemas, dito naturais, é que precisam ser conservados. Os ambientes construídos, os urbanos, não. É comum os alunos saberem que numa visita a uma reserva de mata não devem jogar restos de alimentos ou embalagens vazias pelo chão, mas também é comum os alunos terem essas mesmas atitudes na escola ou na sua própria casa. Costuma não ser colocado em discussão na classe o que esses materiais dispostos no ambiente, quer seja urbano ou não, possam alterar suas características e o que isso resulta, por exemplo, em alteração de alguma cadeia alimentar local que possa trazer alguma consequência que perturbe o equilíbrio natural. Isto é, não se estudam fatos corriqueiros do cotidiano como o de que quando deixamos um prato com restos de comida na sala estamos colaborando para aumentar a população de baratas ou de formigas detritívoras! É bom para quem ter atitudes como essas?

Tendo claro onde queremos chegar podemos planejar nossas aulas tendo como preocupação constante a melhoria da qualidade de vida. Assim não basta querermos que os alunos aprendam os conteúdos tradicionais da biologia, seja no ensino fundamental ou médio, estando preocupados somente com os conceitos conceituais propriamente ditos, precisamos é fazer os alunos usarem esses conceitos sempre pensando no ambiente como um todo e não esquecendo de colocarmos em discussão a relação entre os seus procedimentos e esses conteúdos. Não basta, por exemplo, trabalharmos em sala de aula, até usando boas estratégias de ensino, o modo de vida dos fungos sem estarmos preocupados em incorporar a esses estudos o cotidiano dos alunos e como ele pode usar esse conteúdo para resolver um problema como, por exemplo, porque seu sapato não pode ser guardado úmido no armário! Seguindo o mesmo raciocínio um aluno só tem condições de entender que não deve usar produtos de limpeza de forma exagerada se compreender o caminho que esses mesmos produtos tomam na natureza e o que podem ocasionar nela.

É importante, portanto, estarmos atentos na escolha do currículo que queremos atender. As boas escolhas que os alunos irão fazer na vida dependem das boas escolhas que fazemos ao planejar nossos fazeres na sala de aula.

Autora Olga Santana

Fonte: Portal do Meio Ambiente

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