Mikaelli Andrade

Mikaelli Andrade
Cachoeira Brejão/Coribe-Ba
”A água é o sangue da terra. Insubstituível. Nada é mais suave e ,no entanto , nada a ela resiste. Aquele que conhece seus princípios pode agir corretamente, Tomando-a como chave e exemplo. Quando a água é pura, o coração do povo é forte. Quando a água é suficiente,o coração do povo é tranquilo.” Filósofo Chinês no século 4 A.C

Buscar

"As preocupações ambientais contemporâneas originaram-se da percepção da pressão sobre os recursos naturais causadas pelo crescimento populacional e pela disseminação do modelo da sociedade de consumo"

sábado, 8 de janeiro de 2011

O velho agoniza e o novo custa a nascer

Entre os muitos problemas atuais, três comparecem como os mais desafiadores: a grave crise social mundial, as mudanças climáticas e a insustentabilidade do sistema-Terra.
A crise social mundial deriva diretamente do modo de produção que ainda impera em todo o mundo, o capitalista. Sua dinâmica leva a uma exacerbada acumulação de riqueza em poucas mãos à custa de uma espantosa pilhagem da natureza e do empobrecimento das grandes maiorias dos povos. Ela é crescente e os gritos caninos dos famélicos e considerados “óleo queimado” não podem mas ser silenciados.
Este sistema deve ser denunciado como inumano, cruel, sem piedade e hostil à vida.  Ele tem uma tendência suicida e se não for superado historicamente, poderá levar o sistema-vida a um grande impasse e até ao extermínio da espécie humana.
O segundo grave problema é constituido pelas mudanças climáticas que se revelam por eventos extremos: grandes frios de um lado e prolongadas estiagens de outro. Estas mudanças sinalizam um dado irreversível: a Terra perdeu seu equilíbrio e está buscando um ponto de estabilidade que se alcançará subindo sua temperatura. Até dois graus Celsius de aumento, o sistema-Terra é ainda administrável. Se não fizermos o suficiente e o clima atingir até 4 graus Celsius (conforme advertem sérios centros de pesquisa), então a vida assim como a conhecemos não será mais possível. Haverá uma paisagem sinistra: uma Terra devastada e coberta de cadáveres.
Nunca  a humanidade, como um todo, se confrontou com semelhante alternativa: ou mudar radicalmente ou aceitar a nossa destruição e a devastação da diversidade da vida. A Terra continuará, entregue às bactéria, mas sem nós.
Importa entender que o problema não é a Terra. É nossa relação agressiva e não cooperativa para com seus ritmos e dinâmicas. Talvez ao buscar um novo ponto de equilíbrio, ela se verá forçada a reduzir a biosfera, implicando na eliminação de muitos seres vivos, não excluindo seres humanos.
O terceiro problema é a insustentabilidade do sistema-Terra. Hoje sabemos empiricamente que a Terra é um superorganismo vivo que harmoniza com sutileza e inteligência todos os elementos necessários para a vida a fim de continuamente produzir ou reproduzir vidas e garantir tudo o que elas precisam para subsistir.
Ocorre que a excessiva exploração de seus recursos naturais, muitos renováveis e outros não, fez com que ela não conseguisse, com seus próprios mecanismos internos, se autoreproduzir e autoregular. A humanidade consome atualmente 30% mais do que aquilo que a Terra pode repor.  Desta forma ela não se torna mais sustentável. Há crescentes perdas de solos, de ar,  de águas, de florestas, de espécies vivas e da própria fertilidade humana. Quando estas perdas vão parar? E se não pararem qual será o nosso futuro?
Tudo isso nos obriga a uma mudança de paradigma civilizacional. Mudança de civilização implica fundamentalmente um novo começo, uma nova relação de sinergia e de mútua pertença entre a  Terra e a humanidade, a vivência de valores ligados ao capital espiritual como o cuidado, o respeito,  a colaboração, a solidariedade, a compaixão, a convivência pacífica e uma abertura às dimensões transcendentes  que dizem respeito ao sentido terminal nosso e do universo inteiro.
Sem uma espiritualidade, vale dizer, sem uma nova experiência radical do Ser e sem um mergulho na Fonte originária de todos os seres de onde nasce um novo horizonte de esperança, certamente não conseguiremos fazer uma travessia feliz.
Enfrentamos um problema: o velho ainda persiste e o novo custa a nascer, para usar uma expressão de Antonio Gramsci.
Vivemos tempos urgentes. São as urgências que nos fazem pensar e são os perigos que nos obrigam a criar arcas de Noé salvadoras. Estamos inconformados com a atual situação da Terra. Mesmo assim cremos que está ao nosso alcance construir um mundo do "bem viver" em harmonia com todos os seres e com as energias da natureza e principalmente em cooperação com todos os seres humanos e numa profunda reverência para com a Mãe Terra.

Autor: Leonardo Boff
Fonte: Portal do Meio Ambiente 

2 comentários:

  1. Olá querida Mikaelli!
    Amiga,esse texto nos emociona,nosso Planeta pedindo socorro a cada dia,a cada flor,a cada árvore que é derrubada,a cada animal que é extinto ou maltratado.
    Essas desigualdades sociais,onde uns jogam fora e outros passam fome.
    Lugares onde é frio demais,outros que é tão quente,que mais parece um forno.
    Amiga se o ser humano parasse para pensar,que essa injustiça praticada com a natureza e com seu semelhante,ele esta matando Deus aos poucos.
    Deus faz parte de um todo e nós e tudo que há na Terra faz parte dele.
    Eu confio plenamente na humanidade,sei que haverá mudanças que terão que ser imediatas para que possamos sorrir com tranquilidade.
    Parabéns pelo trabalho de conscientização que você vem fazendo perante nós seres humanos.
    Obrigado por ser assim tão consciente,com certeza Deus se alegra muito.
    Bjos em seu coração com cheirinho de Jasmin.

    ResponderExcluir
  2. Que lindo texto verdadeiro, realmente a terra precisa de ajuda,e isso depende de todos nós e principalmente os governantes devem agir o mais rápido possivel.
    Beijo.

    ResponderExcluir

Postagens populares